Santo Thomás de Aquino
São Tomás de Aquino
Tomás de Aquino foi um trabalhador
incansável e um espírito metódico, que se empenhou em ordenar o saber teológico
e moral acumulado na Idade Média, sobretudo o que recebeu através de seu mestre
Alberto Magno.
Mas foi principalmente influenciado
por Santo Agostinho e, mais ainda, por Alberto Magno, seu mestre em Paris.Foi
sobretudo em Paris que Tomás de Aquino viveu intensamente os conflitos
intelectuais, típicos de sua época, que opunha o conhecimento pela razão, a
teologia à filosofia, a crença na revelação bíblica às investigações dos
filósofos gregos. O mais importante fator de conflitos entre os admiradores do
estarigita e dos defensores da fé residia no fato de a doutrina aristotélica
apresentar, à primeira vista, um conteúdo muito distinto da concepção cristã do
mundo.
Segundo Santo Tomás a razão pode provar a
existência de Deus através de cinco vias, todas de índole realista:
considera-se algum aspecto da realidade dada pelos sentidos como o efeito do
qual se procura a causa. A primeira fundamenta-se na constatação de que no
universo existe movimento. Baseado em Aristóteles, Santo Tomás considera que
todo o movimento tem uma causa.
A segunda via diz respeito à idéia de causa em geral. Todas as
coisas ou são causas ou são efeitos, não se podendo conceber que alguma coisa
seja causa de si mesma. A terceira via refere-se aos conceitos de
necessidade e possibilidade. Todos os seres estão em permanente transformação,
alguns sendo gerados, outros se corrompendo e deixando de existir.
A quarta via tomista para provar a existência de Deus
é de índole platônica e baseia-se nos graus hierárquicos de perfeição
observados nas coisas. A quinta via fundamenta-se na ordem das coisas. A distinção
real ou ontológica entre essência e existência possibilitou a Tomás de Aquino
refutar racionalmente e rejeitar como heréticas certas concepções correntes, na
época, sobre dogmas da encarnação de Cristo e da Trindade. A
harmonização, no plano social e político, entre poder temporal e poder
espiritual seria análoga à que Santo Tomás procura estabelecer entre filosofia
e teologia, entre RAZÃO E FÉ.
Cristianizando
o pensamento de Aristóteles, e utilizando especialmente a concepção de ser em
termos do ato e de potência, São Tomás de Aquino afirma ser o sensível a fonte
de todo o conhecimento humano. Assim, os conceitos fundamentais que compõe
gnosiologia do filósofo assume uma roupagem cristã, onde a ética religiosa
assevera que as maiores provas da existência de Deus se encontra nas manifestações ocorridas no mundo
sensível, onde as coisas que nós temos experiência, por serem contingentes,
precisam de uma causa primeira que lhes dê a existência, ou seja, as faça passar
da potência para ato. Tal causa primeira é Deus.
Assumindo
uma postura inovadora São Tomás de Aquino desenvolve uma doutrina original no
que tange as relações entre fé e razão. Tal concepção defende um equilíbrio
entre as duas, afirmando a união substancial entre alma e corpo, a auto-suficiência
do conhecimento humano e a submissão mais completa do Homem a Deus. Dentre de
sua ótica a fé e a razão são formas diferentes de conhecer que não se exclui um
do outro. Porque atuando de forma autônoma, a razão trata das coisas naturais,
enquanto a fé de reporta as coisas que tratam dos mistérios de Deus, as coisas
reveladas. A razão aceita a verdade por causa da sua evidência, já a fé aceita
a verdade por causa da revelação oriunda da autoridade de Deus. Contudo a fé e
a razão não podem contradizer-se, pois Deus é seu autor comum. Quando aparece
uma oposição, é sinal de que não se trata de verdade, mas conclusões falsas ou
não necessárias. Além do mais a revelação indica ao filosofo onde se encontra a
verdade, permitindo-lhe saber para onde dirigir as suas pesquisas. São Tomás de
Aquino afirma ainda que o Homem é um síntese do material a imaterial, um
conjunto de corpo e de alma racional, onde a alma necessitada do corpo para a
experiência e para o conhecimento.
PROVAS PARA A
EXISTÊNCIA DE DEUS SEGUNDO SÃO TOMÁS DE AQUINO
1 – Ele é a causa primeira aristotélica, visto que na
natureza tudo é movido por outro;
2 – A segunda prova se refere as causas eficientes, para que
servem todas as coisas que existem;
3 – é baseada na distinção entre o ser necessário e o ser
contingente;
4 – a idéia de que todas as coisas possuem uma fonte comum ou
norma última, no caso Deus;
5 – todas as coisas buscam um fim único Deus (referente as
causas finais em Aristóteles)
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