O milagre de Berna

No seu 50º aniversário a FIFA não teve dúvidas, a copa seria realizada na sede da instituição, a Suiça, era a 5° edição da copa do mundo, seleções fantásticas participaram como o Uruguai que havia conquistado o bi-campeonato na copa de 50 no Brasil, a seleção brasileira dos craques Didi e Juninho Botelho, a bi campeã Itália, Inglaterra; países loucos, ávidos por futebol acompanhavam a copa do mundo pela primeira vez na televisão.Mas aquela copa trouxe algo novo, a inacreditável seleção da Hungria, o time dos sonhos que parecia ser imbatível,era um daqueles momentos raros e mágicos que o futebol proporciona, a selação parecia jogar por música, tinha Puskás considerado um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, contava com o talento do mago Nándor Hidegkuti. Na primeira fase a Hungria foi arrasadora, parecia que as outras seleções estavam na Suiça apenas para assistir aquele momento espetacular da Hungria, na semi-final um jogo dificil a seleção uruguaia jamais havia perdido um jogo em copas do mundo, no primeiro tempo a Hungria vencia pelo placar de 1 a 0, no segundo tempo houve a incrivel reação do Uruguai e o jogo terminou em 2 a 2, na prorrogação a Hungria com dois gols de Sándor Kocsis fez 4 a 2 e estava de forma brilhante classificada para a final da copa de 1954. Na final o Wankdorf Stadium em Berna recebeu 60.000 pessoas,a Hungria era favorita pois na primeira fase havia vencido a Alemanha por 8 a 3, a Hungria estava invicta a 32 partidas,vinha de duas partidas duras, duas vitórias épicas, se preparava pra mais uma, agora contra a Alemanha de Fritz Walter, começa a partida e com o apito do arbítro tambem começa a chover em Berna, a Alemanha tinha a fama de jogar muito bem debaixo de chuva, mas nem deu tempo de comemorar a chuva e a Hungria fez o primeiro gol aos 6 minutos de jogo, o segundo veio logo em seguida, parecia estar tudo perdido, a seleção favorita venceria com facilidade, Puskás mesmo sem estar em condições plenas de jogo foi o autor do primeiro gol e Zoltán Czibor parecia enterrar o sonho dos perdedores da segunda guerra mundial. Porém, o inesperado acontece e com um rápido gol de Max Morlock no décimo minuto, e Helmut Rahn aos 19, a maré começou a virar e a Alemanha empatou a partida. Veio o segundo tempo e o nervosismo tomava conta da seleção da Hungria, não era mais um jogo de futebol, era uma guerra de nervos, o sangue quente húngaro contra o gelo alemão, a Alemanha prendia a bola, segurava o jogo, esperava o momento certo de atacar sem correr riscos,quando o popular narrador do rádio alemão Herbert Zimmermann fez sua mais memorável declaração ao dizer: "Rahn deveria chutar do meio da rua" a profética narração parecia ter antecipado o segundo gol de Rahn que deu a inacreditável vitória a Alemanha, a partir daquele dia o futebol mostrava que não era uma ciência exata, não bastava talento, nem garra, nem vontade, era preciso também inteligência, estratégia, era preciso dar tudo de si, a Alemanha que na primeira fase colocou propositalmente os reservas pra perder pra Hungria, mostrava que favoritismo não ganha jogo,a seleção da Hungria por sua vez será sempre lembrada como um dos maiores times de todos os tempos e talvez a melhor selação de todas as copas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

UMA ANÁLISE DA OBRA SÃO BERNARDO DE GRACILIANO RAMOS A PARTIR DA NARRATIVA EM WALTER BENJAMIN

nivelando por baixo

A ESCOLA DE MILETO E A BUSCA DA ARQUÉ