Luiz Felipe Pondé no Roda Viva 18/08/2011


Lamentável a entrevista do filósofo no programa roda viva na TV cultura de ontem 18/08/2011, ao tentar mostrar seus argumentos do porque não defende um mundo melhor principalmente um mundo não socialista, entrou várias vezes em contradição. Primeiro ao tentar mostrar que a felicidade ou infelicidade, agressividade ou passividade, honestidade ou corruptividade são questões que cabem a esfera privada não tendo nada haver com o capitalismo, pois tudo seria bem anterior ao capitalismo, nesse ponto ele afirmou “é uma piada dizer que os problemas do mundo são culpa do capitalismo” e depois disse “o Viagra fez pela humanidade do que o marxismo”. Entender que o ser humano existe em uma relação não dialética com o mundo é no mínimo ridículo, é claro que o fim do capitalismo e a construção de uma sociedade socialista e posteriormente comunista no sentido marxista do termo não iria dar caráter a todas as pessoas, nem extinguir as crises existenciais, as angústias ou mesmo o instinto de agressividade e a compulsão de mentir de alguns, o marxismo sequer se interessa por essas questões, por isso é imutável, não como querer apagar a natureza humana, a porção de vida e a nossa porção de morte, ele como freudiano devia saber disso, o marxismo não está preocupado com os problemas mentais e de personalidade, está preocupado com a questão material, isso é de fato mais importante, até para ser triste é preciso estar vivo, para ser agressivo ou não, para defender o cristianismo ou o islamismo, em fim, qualquer posição é preciso estar vivo e ter as condições mínimas para isso, é por isso que o socialismo visa um sistema político e econômico onde todos tenham acesso a trabalho digno, ócio para produzir, educação de qualidade, alimentação e saúde, ser contrário a isso é no mínimo egoísmo doentio. Quando questionado se ele não entende que já houve avanço do ponto de vista moral ele diz que sim, depois de ter afirmado dois minutos antes que não acreditava em avanço do ponto de vista moral, o pior de tudo e muito bem observado pela entrevistadora Marília Gabriela é o fato de todas as suas teorias: de que o homem é mentiroso, que a natureza das pessoas é egoísta, que ninguém de fato nunca esteve preocupado com o outro, que tudo sempre tem um interesse econômico por trás de toda boa ação, toda a sua verborréia se baseia em sensações, o tempo ele dizia eu tenho a impressão que as pessoas são assim, eu tenho a sensação que é isso, hora essas são sensações não seriam um olhar no espelho, não seria alguém que sendo tudo isso, desonesto, mentiroso, interesseiro não consegue e nunca conseguirá ver no outro virtudes que ele não tem? Curioso é ele dizer que acredita em Deus unicamente porque conhece pessoas verdadeiramente generosas, sem conseguir explicar a contradição no seu pensamento que entende não haver nenhuma generosidade na natureza humana, ele recorre justamente a divindade para afirmar que só pode ser um traço de uma entidade universal e exterior ao próprio ser humano. Eu só lamento a lobotomia feito nos alunos dessa criatura, alguém que defende que as mulheres sentem falta de ser tratadas como objeto e vê nisso uma posição científica, se protege com o seu título de doutorado conseguido, claro, justamente por defender essas posições ultra reacionárias

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