Supremacia do poder econômico e do mercado, texto muito bem escrito pela Estela , leiam que vale a pena

Em primeiro lugar sabe-se que hoje em dia muitos países proclamam-se Democracias. A maior parte pode ser definida como Democracias Representativas, nas quais os cidadãos são chamados a atos eleitorais regulares onde escolhem livremente os seus representantes numa assembleia. Esta, por sua vez, tem como um dos seus deveres zelar para que o órgão executivo - o governo - exerça as suas funções de acordo com os interesses dos cidadãos. Como qualquer sistema político, a Democracia Representativa deve ser avaliada pelo que tem sido a sua aplicação na prática. Será que sob este sistema o governo tem sido dos cidadãos, e para os cidadãos? Certamente, as pessoas estão vivendo na sociedade do imediato, do superficial e da ilusão para a maioria, do enriquecimento fácil e da desvalorização da ética e da moral. Em virtude de uma minoria dificilmente identificável deter o poder, muitos elementos da população são dispensados. As pessoas se envolvem em jogos políticos e em apostas eleitorais, sem a consciência de que estão prejudicando a todos. Não existe mais o patriotismo. Promove-se o ataque ao serviço público e às funções do Estado de natureza social e reafirma-se que o privado é melhor e mais eficiente.
Como conseqüência, a nova economia vai reduzindo os elementos ativos e decisórios, ainda que continuem a necessitar de muitos consumidores. Parte da população torna-se excedentária e dispensável, a marginalização, a miséria, os sem-abrigo e as periferias urbanas crescem. O Governo conduz o assalto ao Estado e aos bens públicos, entregando-os aos interesses da economia privada, e levando ao sucessivo desgaste das funções do Estado e do sentido de serviço público.
Por fim, observa-se a necessidade de sair da superficialidade, da aparência e dos jogos de palavras. É preciso criar outra visão e modelo para que as pessoas reconheçam e se situem de outro modo. Criar estruturas e organizações não governamentais, cívicas, sociais ou culturais, que promovam uma cultura de defesa do serviço público, da solidariedade e da cidadania atuante. Saber pensar, melhorar a informação, exercer liberdade de opinião, evitar que seus direitos fiquem apenas reservados a alguns, são medidas que podem ajudar a mudar essa realidade. Pois quem não conhece, não sabe ou não está informado, não participa e é facilmente manipulado.

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