O Haiti, dois anos após terremoto. por Antonio Barbosa Lúcio

O Haiti, dois anos após terremoto.

Quase nada mudou mundo abandona o Haiti. Os recursos destinados são continuamente denunciados por desvio de funções e, pouco foi feito. O Brasil resolveu fazer algo, vai manter os vistos de trabalho para aqueles que fugiram da fome, da miséria, da corrupção política, dos interesses das grandes construtoras e, vai expulsar aqueles que estão tentando, como última opção, uma vida em um outro país. Sempre permanece a solução da não solução. No país do subemprego, que futuro terão aqueles que procuram outro lugar para viver?

"Planos ambiciosos pediram por US$ 500 milhões para reconstruir 50 novas escolas, por US$ 200 milhões para dar a Porto Príncipe sua primeira instalação de tratamento de água e por US$ 224 milhões para criar um parque industrial para 65 mil operários da indústria do vestuário - todos com o objetivo de depositar as fundações para um novo Haiti.

Mas enquanto o país mais pobre das Américas marca o segundo aniversário do terremoto que deixou cerca de 300 mil mortos, apenas metade dos US$ 4,6 bilhões prometidos foi gasta. Meio milhão ainda vive em acampamentos lotados. E apenas quatro dos dez maiores projetos fundados por doadores internacionais foram iniciados".

Deve aparecer, alguém no Brasil( pois sempre aparece), visando justificar o injustificável, que o governo estaria correto em deportar desabrigados. As visões conservadoras, geralmente, justificam dizendo que deveria ocorrer preocupações com o povo brasileiro. Parece que por esse tipo de visão, Deus teria criado as fronteiras, estabelecendo quem deveria morrer de fome. Não são tão cínicos assim, mas, utilizam argumentos semelhantes para justificar a xenofobia.

Como agora, segundo a versão oficial do capitalismo, devo dizer que o Brasil é a 6º potência econômica do mundo e, não devo dizer que seria um país em desenvolvimento( imaginem dizer do terceiro mundo), parece que devo pensar, também, que nossa "missão" é excluir os excluídos, visando proteger os empregos em abundância que existem por aqui.

Fico admirado, não com o cinismo do capital e seus asseclas, pois, já era previsível, mas com a quase ausência de reação da população.E, vamos excluir, separar, expulsar, matar, aceitar, acomodar, não resistir, fingir, omitir...




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