Mais uma droga: o achismo

Estamos diante de mais uma droga que ameaça os nossos jovens, essa é uma ameaça que parece estar tomando conta de todos e está cada dia mais dificil de combater, é a droga do "achismo". É natural que todos tenhamos uma opinião sobre tudo, é normal que expressemos essa opinião e diga-se se passagem, nós lutamos muito pelo direito de expressar as nossas opiniões, mas o que não é natural é tomar o senso comum como critério de julgamento nem de análise de questões sérias, também é extramamente perigoso que opiniões sem qualquer fundamento sejam amplamente difundidas como se fossem a verdade plena de luz.Sabemos que o senso comum na sua natureza é revestido de preconceito e de conservadorismo, pois ele tende a propagar as idéias dominantes de uma época, o senso sempre existiu e sempre foi combatido pela filosofia, pela ciência e pela vanguarda de cada época, o problema é que hoje temos uma mídia com poder de divulgação de idéias em massa, com grande capacidade de convencer pessoas, até pouco tempo quando um jornal falava de economia a reportagem contava com entrevista de um grande economista formado na sorbone, cientistas políticos falavam de política e assim por diante. Infelizmente hoje somos obrigados a engolir a Luciana Gimenez falando de segurança pública, Hebe falando de política, e para completar eu fui assistir o programa altas horas e tive que ouvir a atriz mirim Bruna Marquezine falando sobre o governo Lula, na TV Camâra a banda Fresno numa entrevista lamentável falando de política, o Twitter agora se tornou uma grande privada onde essas celebridas defecam suas opiniões como a Ivete Sangalo que falou sobre a ajuda brasileira ao Haiti, como se ela fosse uma especialista em planejamento e assistência social. Defendo a liberdade de expressão sempre, mas sei da força que tem o preconceito e a deturpação dos fatos, defender a pena de morte, ser contra o aborto, defender a propriedade privada e criticar os sem terra dão ibope sem dúvida, o que é preocupante é a sociedade deixar de ser guiada pela vanguarda e pela razão, pra voltar as trevas ou a caverna platônica e ser guiada pelo preconceito e pelo senso comum.