Platão, idealismo e moral.
O filósofo ateniense Platão na sua obra Fédon ao falar das características da alma a dividiu em três partes, sendo a alma racional, situada na cabeça, superior as outras duas por conseguir alcançar o mundo ideal ou inteligível, enquanto as almas irascível (situada no coração) e concupiscente (situada no abdômen), responsável pelos desejos e instintos naturais, seriam inferiores e não podiam nos dominar. Com o seu mundo das ideias e a sua concepção sobre a alma o filosófico criou uma máxima de civilidade onde a razão deveria conter o corpo, o platonismo e suas vertentes criariam mais tarde um paradigma de homem centrado na razão e capaz de controlar seus desejos, de manter sob controle a alma concupiscível. A ideia do homem que consegue conter a sua natureza pela polidez e força da nobre alma chegou ao cristianismo romano com Paulo de Tarso e mais tarde com Santo Agostinho. O cristianismo católico medieval, inspirado no platonismo, consagrou o triunfo do medo do corpo e da punição dos