O poeta é um fingindor, finge tão completamente, que chega a finguir que é dor, a dor que deveras sente. (Fernando Pessoa). Como é estreita a relação entre a arte e o real, a fantasia e a matéria, a subjetividade e a objetividade. Me pergunto as vezes se há mais encenações nos palcos dos teatros ou nos espetáculos do dia a dia, que ser humano curioso! Somos tão inseguros e tão artísticos que preferímos criar um personagem para encarar a forçada relação de alteridade, a convivência com o diferente, com outros universos, me parece que Sartre estava certo quando afirmava que "o inferno são os outros" porque o outro é o desconhecido, é uma incognita para nós .Enquanto os existencialistas se debruçam em tentar entender o que é homem, nos debruçamos em tentar ser menos humanos, queremos mínimo possível de humandidade, não devemos sentir, não devemos agir de acordo com o instinto; somos como espiões da CIA, nos escondemos sempre, temos medo de ver a nossa própria fase e fazer a mesma revelação que o jovem Hamlet de William Shakespeare "Há algo de podre no reino da Dinamarca" preferímos viver na podridão. Só a arte pode nos libertar dessa incongruência. Só a antropofagia no une.
UMA ANÁLISE DA OBRA SÃO BERNARDO DE GRACILIANO RAMOS A PARTIR DA NARRATIVA EM WALTER BENJAMIN
O filósofo da escola de Frankfurt Walter Benjamin tratou na sua obra O narrador, observações sobre a obra de Nicolai Leskov, da morte da narrativa oral que dava lugar ao romance burguês. Nesse ensaio Benjamin afirma que estamos perdendo a capacidade de narrar, de contar uma boa história, essa incapacidade, segundo o filósofo, se deve, principalmente, ao processo de reificação do homem pela alienação do trabalho no capitalismo onde tudo que é humano perde espaço; onde a experiência é indigna de narrar, o velho perde espaço em um sistema que supervaloriza o novo, o descartável e o efêmero. Benjamin deixa isso ainda mais evidente no seu artigo Experiência e pobreza que mostra homens emudecidos com a experiência da guerra e a surgimento de um mundo completamente novo, onde o aprendizado se dá de forma totalmente distinta daquela onde os velhos eram vistos como sábios e suas palavras e conselhos eram ouvidos, a sua experiência era testemunho de força. O livro São Bernardo,
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