Filosofia Medieval
A Idade Média inicia-se com a desorganização da vida
política, econômica e social do Ocidente, agora transformado num mosaico de
reinos bárbaros. Depois vieram as guerras, a fome e as grandes epidemias. O
cristianismo propaga-se por diversos povos. A diminuição da atividade cultural
transforma o homem comum num ser dominado por crenças e superstições.
O período medieval não foi, porém, a
"Idade das Trevas", como se acreditava. A filosofia clássica
sobrevive, confinada nos mosteiros religiosos. Sob a influência da Igreja, as
especulações se concentram em questões filosófico-teológicas, tentando
conciliar a fé e a razão. E é nesse esforço que Santo Agostinho e Santo Tomás
de Aquino trazem à luz reflexões fundamentais para a história do pensamento cristão.
O esforço
para harmonizar as duas dimensões principais do pensamento medieval, razão e
fé, constitui a grande preocupação nesse período, determinado as atitudes e
sistemas adotados. O pensamento medieval encontra-se diante do seguinte
problema: não pode haver filosofia sem respaldo metafísico e lógico, mas quando
a filosofia começa a afirmar a sua autonomia, ela é considerada uma ameaça a fé
por apresentar interpretações alternativas da realidade.
Em termos de
filosofia política, em que pese à fragmentação imposta pelo sistema feudal,
vigora uma concepção negativa do Estado, pois sendo o homem portador de uma
natureza que tende ao pecado e ao descontrole das paixões, cabe ao Estado
universal e subordinado a igreja, vigiar a intimidar os homens para que eles
ajam corretamente. Assim em meio as interpretações dos Santos Padres da Igreja,
o consenso geral é de que a fonte originária de todo o poder se resume a Deus,
visto que ao criar todas as coisas Ele também criara o Estado a autoridade,
sendo da vontade Dele que Há uma hierarquia social que condena as sociedades e
impõe a existência de governantes e governados.
Em meio a
tal contexto histórico, a filosofia não representa uma exceção, mas sim a
regra. Tanto a alta quando a baixa idade média apresentam correntes filosóficas
importantes, porem todas são expressões do teocentrismo. Logo, a filosofia
medieval apresenta-se de forma radicalmente distinta do pensamento grego e do
pensamento moderno, em virtude da forte presença do cristianismo. Esta presença
lhe fornece os quadros em que o pensamento medieval se desenvolve, já que em
última analise o critério que deve ser respeitado é o da revelação.
A PATRÍSTICA
A Patrística também é conhecida como
filosofia dos padres da igreja surgida no período do Império romano apresenta
como característica primordial a apologética: textos que defendem o
cristianismo, convertendo os pagãos, combatendo as heresias e justificando a
fé. Com o desenvolvimento da Patrística se inicia uma longa aliança entre razão
e fé, aliança que se estende por toda a idade média. Contudo mesmo existindo
tal aliança, a razão é considerada como auxiliar e subordinada à fé.
Na Patrística os padres formulam uma
grande síntese do pensamento platônico com o cristianismo. Essa realização se
concretiza mediante adaptações consideradas necessárias, onde os conceitos
platônicos sofrem uma interpretação cristã, o maior nome da Patristica é Santo
Agostinho.
A ESCOLÁSTICA
A partir do século V até o século
XII, uma nova linha de pensamento ganha importância na Europa, a Escolástica,
conjunto de idéias que visava unir a fé com o pensamento racional de Platão e
principalmente Aristóteles. Era a filosofia e a teologia que eram ensinadas nas
escolas medievais, tão logo podemos afirmar que dentro da escolástica ocorreram
as primeiras realizações teorizações da ratio (razão) em função da fide (fé). O
seu programa fundamental de pesquisa consistia no binômio razão e fé. Assim, na
escolástica a aliança entre razão e fé, mantêm a primeira subordinada a
segunda.
A denominação escolástica deriva das
escolas de gramática, retórica, filosofia e teologia surgidas em vários países
como conseqüência do trabalho dos monges e, mais tarde, dos bispos, seguindo os
desejos de Carlos Magno, Imperador do Sacro Império Romano Germânico. Em meio
as transformações do seu momento histórico, a escolástica recebeu um impulso
muito forte com o surgimento das universidades. Vários são os nomes que compõe
a Escolástica, porem o principal deles é Santo Tomás de Aquino.
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