Harry Potter um Herói moderno

O que há de tão especial no bruxinho Harry Potter? atrás de uma história lúdica que se passa numa escola de bruxaria da Inglaterra, existe um debate profundo sobre alguns valores perdidos ou pouco significam diante da rapidez e do pragmatismo da vida contemporânea. Assim como os heróis modernos Harry Potter em vários episódios da sua saga abre mão de uma vida pacata e da situação confotável em pró dos outros, em defesa da maioria, como um Che Guevara. Não se trata de uma plano individual de vida ou de vingança, mas de se buscar sempre o que é certo, é a moral kantiana do eu devo. Enquanto o sistema nos impele sempre a agir de acordo com as conveniências e na busca sempre do nosso êxito pessoal, o famoso individualismo burguês, "cada um por si" o hedonismo consumista da vida contemporânea. Harry junto com Rony e Hermione nos lembram os três mosqueteiros de Alexandre Dumas "um por todos e todos por um" é a velha, mas talvez ainda válida, lógica da amizade, a relação humana está acima de tudo, o que é certo está acima do que é mais fácil.O livro trás outra discussão filosofica interessante, os personagens de Harry Potter e Voldemort são bem parecidos, ambos são ofidioglotas, inteligentes, corajosos, cabeça dura... Mas o que os diferencia, segundo Alvo Dumbledore são as suas escolhas, não são as nossas habilidades ou caracteristicas físicas ou condição de quaisquer tipo que determinam o nosso carátar, são as nossas escolhas, sempre fazemos escolhas como afirma Jean Paul Sartre filosofo francês, estamos sempre tendo que escolher entre o que é certo e o que é fácil, a sociedade capitalista nos manda escolher o que é lucrativo, o que é fácil, mas Harry Potter insiste em fazer o que é certo, mesmo quando se prejudica em virtude disso.Não poderia deixar de citar a atitude de maior heroísmo e vigor moral de toda a série, Severo Snape se sacrifica a vida inteira, recebendo de todos o despreso, o ódio, o repúdio, tudo em nome de uma causa, de um ideal, ao contrário de Harry ou mesmo Dumbledore que tornam figuras celebres e respeitadas, ele precisa ser o remédio amargo, fazer o trabalho necessário, mas desprazeroso, quantas vezes deixamos de fazer algo últil e importante porque não queremos ofender o outro? deixamos de fazer o bem porque pode parecer mau. Isso me lembra as palavras de Santo Agostinho que dizia: prefiro os que me criticam porque me fortalecem, do que os pajuladores porque me enganam e me torbam mediocre. Harry Potter não apenas um livrinho infantil é um belo soco no estômago de pessoas individualistas e vazias, de intectuais mediocres que aceitam o progresso capitalista, um verdadeiro chute na imbecilidade que é deixar de um ser um humano enquanto ser social, pra ser apenas uma peça na grande engranagem capitalista